Quando lembramos que há um tempo atrás os cookies nos sites sequer eram conhecidos ou, se conhecidos, eram acompanhados apenas do botãozinho obrigatório “eu aceito”, fica evidente o avanço das informações contidas nas mais diversas navegações em sites nos dias atuais. Muito embora hoje possamos definir as nossas preferências quanto a esses famosos cookies, há muito que se melhorar.

Os pop-ups estão por toda parte, mas, vemos muitos negócios não compreendendo bem o conceito “transparência”, um dos principais princípios da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD). O desafio (ou problemática) está no design, pois, ainda que se exerça a transparência quanto à informação, ou seja, que se informe os dados coletados e posteriormente tratados de outras formas em razão daqueles cookies, um design obscuro minimiza, na prática, a transparência. Transparência não é só informação, é também o intuitivo; é na verdade, tornar a informação acessível e convidativa, ao passo que ela não se passe despercebida.

Os padrões sombrios, ou dark patterns, dificultam o conhecimento do usuário por culpa da interface do site. E nessa toada, a privacidade por padrão, ou o privacy by default, também permanece sendo uma problemática, pois, ainda que se exerça a transparência, é importante que o usuário tenha as preferências sobre os cookies desabilitadas por padrão, a fim de que verdadeiramente e consentidamente opte pela coleta dos seus dados.

O olhar clínico para esses detalhes faz parte de um Programa de Governança em Privacidade e Proteção de Dados que vai além da implementação de um projeto de adequação à LGPD. Não basta ser transparente, é necessário que não se minimize os efeitos da transparência.

É de se notar que boa parte dos negócios já entendeu que o valor dos dados de qualidade é muito maior que dados em quantidade, isto é, muito mais vale uma base de dados que interage com os produtos, serviços ou propostas, do que dados (ou pessoas) que automaticamente jogam na lixeira qualquer tipo de contato realizado. Nisso, a transparência tornou-se ponto chave para os que almejam a referida qualidade. Porém, não é o que vemos, ainda, em relação aos cookies na navegação cotidiana.

É fundamental que os diferentes negócios compreendam a privacidade e a proteção de dados como um diferencial capaz de melhorar seus números.